Em frente à igreja de San Giovanni Rotondo, onde muitos comerciantes vendiam seus produtos aos peregrinos que iam até a localidade, um rapaz vendia fotos do Padre Pio dizendo: “Quem quer comprar o Padre Pio? São apenas duas liras!”. Ouvindo a voz do rapaz, o Padre Pio olhou sorridente para um confrade que estava a seu lado e depois, voltando-se para o crucifixo, suplicou, em tom de desculpa confiante: “Perdoa, Jesus! Que diferença há entre mim e Ti: Tu foste vendido, eu sou comprado!”.
Uma mulher disse a Padre Pio: “Padre, um ente meu, há dois anos, não consegue andar bem. Ele espera a vossa resposta; que devo dizer-lhe?” Padre Pio respondeu: “Diz-lhe que eu há setenta anos que não ando bem”.
Em uma conversa descontraída com seus confrades no convento, Padre Pio disse: “Sabem dizer-me por que razão os médicos nunca fazem greve?”. Ninguém respondeu. Ele então prosseguiu: “Nunca fazem greve porque se aperceberam que os doentes, mesmo sem o seus serviços, se curam igualmente, e ainda mais depressa”.
Padre Pio chamava os advogados, sempre em tom de brincadeira, de “Aldrabões de marca”. Certa vez, contou esta engraçada história:
“Tempos atrás, depois de todas as categorias profissionais já terem elegido o seu próprio santo protetor, também os advogados decidiram escolher o padroeiro da sua classe. No entanto, como discordavam quanto à escolha, convocaram uma assembleia geral. Reuniram-se numa grande sala e encostaram à parede as imagens dos vários santos candidatos ao título de ‘protetor dos advogados’. Discutiram longamente, mas não chegando a consenso, decidiram confiar a escolha à sorte. Proclamariam padroeiro da categoria o santo cuja imagem fosse tocada em primeiro lugar por um deles, de olhos previamente vendados. Escolheram o seu representante. Colocaram-lhe uma grossa venda nos olhos, conduziram-no até o centro da sala, fizeram-no dar várias voltas sobre si próprio, de maneira a ficar desorientado e a não se lembrar da posição das imagens. O eleito teve dificuldade em encontrar a direção certa, mas, por fim, ficou diante das imagens alinhadas, e abraçou uma delas com toda a força. Na sala, fez-se um grande silêncio: o advogado vendado tinha abraçado a figura de Satanás, que o Arcanjo São Miguel calcava aos pés.”
Padre Constantino, o frade que despertou a vocação de Padre Pio, era um pouco surdo e usava um aparelho acústico. Padre Pio perguntou-lhe: “Agora ouves melhor? Onde está o aparelho?”. – “Está aqui”, respondeu Padre Constantino, mostrando-o. “E se o tirares?”, perguntou Padre Pio. – “Então, deixo de ouvir”, replicou o seu confrade. “Tira-o um pouco, para nós o vermos”, pediu Padre Pio. O Padre Constantino tirou o aparelho e mostrou-o ao Padre. Este, dirigindo-se aos que estavam por perto, comentou: “Força, aproveitem enquanto é tempo: falem mal do Padre Constantino, que ele agora não ouve”.
Em certa ocasião, Padre Pio contou esta história: “Certo dia, Jesus, ao passear pelo paraíso, viu passar muitas carrancas medonhas. Chama São Pedro e pergunta-lhe: ‘Que está acontecendo? Parece que transferimos o estabelecimento prisional para o paraíso’. Pedro explica: ‘Senhor, não sei como fazem, entram, e ninguém sabe por onde’. Jesus ordena-lhe que aperte mais a vigilância. Passados alguns dias, Jesus vê que as carrancas medonhas aumentaram de número. Chama de novo Pedro, e lhe diz: ‘Dá-me as chaves, pois já não sabes desempenhar bem o teu trabalho’. Pedro replica: ‘Senhor, a culpa não é minha. Eu fecho a porta na cara daqueles monstros horrendos, mas vossa Mãe abre as janelas e deixa entrar toda a gente’”.
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